terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Sobremesa....

Toquei à campainha e ouvi os teus passos. Eram umas 21h30m e não esperavas que eu aparecesse assim de improviso. Tínhamos acabado de falar por telemóvel e eu ainda estava na empresa a terminar algumas coisas para a reunião de amanhã. Então, resolvi fazer-te uma surpresa.

Abriste a porta e não esperavas que fosse eu - adoro fazer-te destas surpresas.

Ficaste com ar tão docemente espantado e vi como os teus olhos brilharam quando tomaste consciência que era real a minha presença ali.

- Vais ficar aí parado, ou deixas-me entrar?
- Claro, desculpa - respondeste meio atrapalhado.
Entrei, levando nas mãos uma caixa com o nosso jantar.

Tinha passado pelo nosso restaurante japonês e tinha comprado algumas das nossas preferências para jantarmos - tal como eu, tu também ainda não tinhas jantado e nada melhor para iniciar a surpresa do que um jantar de comida japonesa.

Trocámos um beijo quente, prolongado e afastei-te com um sorriso, dirigindo-me para a mesa da sala de reuniões, onde depositei o nosso jantar.

Despi o casaco de Inverno para poder mexer-me mais à vontade, ficando com a saia e a blusa camiseiro. Por coincidência trazia naquele dia aquela saia de que tanto gostavas. Acima do joelho, e larga, rodada. Costumas dizer que se trata de uma saia bastante prática para quando estamos juntos, porque gostas de fazer deslizar as tuas mãos por baixo do tecido, subindo pelas minhas pernas, tentando atingir o centro do meu desejo - o ponto mais quente do meu corpo.

Dentro da caixa não estava apenas o nosso jantar, dividido em pequenas caixinhas. Estavam também duas velas que acendi, apagando as luzes do tecto.

Sentámo-nos em frente um do outro e começámos a comer, intercalando com as nossas conversas sobre como tinha sido o dia, sobre nós, seduzindo-nos mutuamente, enquanto bebíamos do vinho que havias ido desencantar no teu gabinete - uma das garrafas que havias recebido como presente no Natal por parte de um dos clientes, e que ainda não tinhas levado para casa. Quem sabe, o destino havia decidido que seria bebida por nós dois numa noite assim.
Terminámos a leve refeição e demo-nos as mãos por cima da mesa.

O meu pé descalço, avançou por baixo da mesa e subiu pelas tuas pernas, tocando-te com suavidade. Sorriste, pois sabias onde ele iria parar - no centro das tuas coxas fortes - onde o volume evidenciava já que te sentias excitado. Acariciei com os dedos, fazendo deslizar pelo tecido das tuas calças. Agarraste-me o pé e pressionaste contra o teu corpo, num gemido.

Ergui-me da cadeira, aproximei-me de ti e despi o camiseiro. Por baixo um sutiã preto pequeno, de renda simples, como gostas.

Empurrei-te até te afastar da mesa e, afastando os restos do nosso jantar, sentei-me nela à tua frente, pernas semi abertas, pés descalços apoiados nas tuas coxas.

Deslizaste as tuas mãos pela barriga das minhas pernas, subindo mais, até encontrares a carne nua das coxas. Fizeste um ar admirado e ergueste-me a saia para ver o que eu trazia vestido - meias pretas até meio das coxas, cinto de ligas preto e string a fazer conjunto com o sutiã.
Realmente eu preparei aquela noite - tinha passado por uma loja do centro comercial mais próximo de ti, entrado no wc e mudado de roupa interior. Tão fácil ser-se criativa.

E senti-me tão contente ao ver esse brilho nos teus olhos, esclarecedor do quanto tinhas gostado da surpresa.
Mergulhaste o rosto nas minhas coxas e puxaste-me pelas nádegas de encontro a ti. Senti que a tua língua me açoitava a carne nua das coxas e queria-te de forma louca.

Agarrei nos teus cabelos e disse-te que te queria naquele momento.
- Vem! Quero-te!

Tu insististe em torturar-me, erguendo as mãos para agarrar nos meus seios ainda cobertos pelo tecido do sutiã. Desapertei-o para sentir os teus dedos na minha pele, apertando, massajando o bico dos seios.
Elevei uma das pernas e pousei-a no teu ombro, deitando-me para trás na mesa, entregando-me a ti, aos teus desejos.

Havias afastado o tecido da cuequinha e a tua boca tocava a minha carne quente, húmida, o clitóris inchado entre os teus lábios. Movia as ancas pedindo mais, e tu não paravas d eme beijar, lamber, chupar, fazendo-me vibrar e quase atingir o orgasmo.

Continuaste a insistir até que não aguentei mais e vim-me copiosamente na tua boca. Bebeste do meu néctar como ansiavas.
Eu era a tua sobremesa.

Mas eu queria mais, e ainda de respiração acelerada pelo orgasmo intenso, soergui-me, e enquanto nos beijámos, desapertei as tuas calças, tirei-te o membro erecto para fora e acariciei-o enquanto te ía beijando o pescoço e tu despindo a camisa. Em seguida, desapertaste o cinto de ligas, tiraste-me a cuequinha e tocaste-me com os teus dedos que trouxeste até aos teus lábios, encostados aos meus, saborenado ambos o meu sabor.

Encostei a ponta do teu membro húmido no centro do meu desejo que escorria e fiz pressão. Tu seguraste-me pelas ancas e entraste em mim como eu desejava - forte, vigoroso, de uma vez só, deslizando facilmente devido ao meu orgasmo recente.

Deitei o corpo para trás mais uma vez e ergueste-me as pernas colocando-as nos teus ombros. Iniciaste os movimentos que nos encaminhavam para um orgasmo louco.
Sentia-me louca neste dia. Apetecia-me gritar ao mundo o quanto te queria. O quanto te queria foder.

E tu não paravas, murmurando o quanto me desejavas, o quanto adoravas enterrar-te assim no meu corpo. Foder-me.
Os movimentos aceleraram, os nossos corpos batiam um contra o outro, no meio daquele desejo intenso. E, entre gemidos, palavras desconexas e muito prazer, viemo-nos loucamente, em meio a gritos roucos de tesão.

Passado o torpor do prazer satisfeito, ambos deitados naquela mesa da tua sala de reuniões, rimo-nos da nossa loucura.
Sei o quanto gostaste da surpresa. Ao ouvido pediste-me para te levar de jantar mais vezes.

- Com sobremesa? - perguntei.
- Principalmente a sobremesa, querida.

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