domingo, 20 de abril de 2008

Zé + disco = mistura explosiva

Não me recordo de como fui parar ao seu colo naquela noite na discoteca que frequentávamos habitualmente. O grupo de amigos fazia a confusão habitual, principalmente dessa vez em que éramos cerca de dezoito. A verdade é que depois de um jantar bem regado a vinho verde, os ânimos estavam mais alegres que o costume e quando rumámos para a discoteca já passavam das três da manhã, numa noite de Junho. O nome da discoteca? X ou faz de conta que sim. Pouco importa, mas digamos que era uma das mais badaladas de Lisboa entre 2002 e 2004. Quando entrámos a casa estava cheia, na pista mal se mexiam e a custo procurámos um canto onde pudéssemos ficar bem refastelados. E, com sorte até uma mesa arranjámos num cantinho mais resguardado, não porque fosse o que procurávamos, mas por ter sido o que encontrámos.
Enquanto alguns de nós seguimos em busca de um minúsculo espaço na pista, outros ficaram por ali e alguns foram ao bar buscar bebidas.

Duas ou três músicas depois de chegarmos, reparei no olhar do Zé, da mesma forma como me tinha olhado durante a noite: ar atrevido, meio sorriso no canto da boca, com um jeito algo irónico, mas um jeito de quem falava silenciosamente 'quero comer-te' fazendo com que arrepios subissem e descessem pela minha espinha, fazendo com que imaginasse como seria esse acto 'alimentar'. Verdade seja dita, eu também sentia aquela vontade louca do mesmo.
Não me fiz rogada e, abandonando a pista, segui na direcção do bar em busca de um Red Curaçau com Vodka, a minha bebida preferida durante alguns anos – ainda tenho muitas recaídas que me fazem prová-la de vez em quando – e aproximei-me do 'nosso canto'. Estavam quase todos de pé, balouçando o corpo ao ritmo alucinado da música, mas ele estava sentado no canto, saboreando a cerveja que estava quase a terminar. Reparei que não havia lugar onde me sentar e, num jeito de quem espera uma resposta a uma pergunta que não faz, olhei em volta à procura de um canto para me sentar, colocando aquele ar de pena ao reparar que não havia nenhum – as mulheres são mesmo tramadas.

E o Zé correspondeu ao que eu queria – num gesto, convidou-me a sentar numa das suas coxas que eu já havia admirado durante a noite, encimadas por um rabo 'daqueles' e eu sentei-me numa delas, colocando as pernas entre as dele, sentindo o roçar da ganga na minhas pernas nuas. Provoquei-o, é claro, mexendo o corpo como se dançasse, enquanto ia bebendo o cocktail de modo 'distraído', até que ele aceitou a provocação e passou a agir sem hesitações.
Terminou de beber a cerveja e esticou o corpo para pousar o copo na mesa, fazendo com que, nesse gesto, o seu rosto ficasse muito próximo do decote da minha t-shirt. Com uma mão segurou-me na cintura como se evitasse que eu caísse, mas empurrando-me ligeiramente na sua direcção, aspirando o perfume no meu pescoço, onde depositou um beijo. Conversámos como se nada se passasse, enquanto os seus dedos brincavam com o meu cabelo e eu pousava o braço nos seus ombros e me inclinava mais sobre o seu rosto. Tudo mudou após eu pousar o copo na mesma mesa, altura em que colocou a mão no meu pescoço e me puxou o rosto contra o seu, espetando-me um beijo quente, enfiando a língua por entre os meus lábios sofregamente e enrolando-a na minha. Apertou as minhas pernas entre as suas e a mão desceu da cintura para as nádegas.
A ânsia que nos dominava era tal que enlouquecemos totalmente, esquecendo tudo e todos. Foi uma das vezes que senti maior tesão e vontade em não parar de forma alguma. O sangue corria desenfreado nas veias, a adrenalina de estarmos num local público deixava-nos em brasa, o tesão que sentíamos desde há algum tempo intensificara-se naquela noite e viera aquela explosão de sentidos.

Mudei de posição e sentei-me no seu colo de pernas juntas por cima das suas, permitindo que ele enfiasse a mão por entre as minhas coxas, oculta pelo tecido da saia, enquanto mergulhava o rosto nos meus seios e abocanhava a carne por cima do tecido. Esfreguei-me no seu colo, sentindo o membro duro debaixo de mim e ansiando senti-lo todo dentro do meu sexo, pulsando, entrando e saindo. Sussurrou-me ao ouvido que me queria comer ali mesmo e hesitei. Estávamos rodeados de tanta gente, dos nossos amigos. Mas, quando olhei em volta vi apenas um ou dois afastados alguns metros e encobertos por desconhecidos que dançavam à nossa frente. Sorri e disse-lhe que também sentia uma vontade enorme de o comer ali. Ele aproximou a sua boca do meu ouvido e, entre beijos, mordidas e lambidelas, pediu-me para me erguer, dizendo como faríamos.

Sentei-me de frente para a pista, levantando a saia, as costas contra o seu peito; antes de me sentar, ele abriu o fecho das calças, afastou os boxers e tirou o pénis para fora, colocando um preservativo que retirou do bolso das calças e afastando logo de seguida a minha cuequinha para um lado. Não demorei mais e sentei-me nele, sentindo o seu sexo duro, quente, húmido, penetrar-me de uma só vez. Abraçou-me pela cintura, puxando-me mais para si e iniciei os movimentos com o corpo de uma forma imperceptível a não ser a um olhar mais atento. Ele gemia de lábios encostados na minha nuca, mordendo-me a orelha, o ombro, uma mão explorando os seios por baixo da t-shirt, enquanto eu sentia aquele latejar dentro do meu sexo, a vulva sugando a carne intumescida que me fazia vibrar.
O ritmo aumentou e os nossos gemidos também, entre o som ensurdecedor da música que se soltava dos dedos do DJ. Os nossos sentidos preparavam-se para um forte orgasmo que levaria consigo o suor que nos invadia a fronte.
E foi um gozo tão intenso, pleno de estremecimentos, gemidos, apertões, suspiros, respiração entrecortada. Foi algo tão louco, tão diferente.
Momentos em que nos entregávamos exclusivamente ao sexo e à exploração dos nossos corpos em horas voluptuosas de prazer sublime.
Encontrei o Zé mais algumas vezes e nunca deixámos de sentir este tesão tão louco. Continua interessante como sempre e a atracção continua presente.

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