segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Não terei resposta??‏

Falavam há algum tempo num chat público e a corrente eléctrica que passava entre os dois parecia atravessar a linha invisível da internet, acendendo um rastilho de desejo que se revelava nas palavras trocadas. O convite velado em cada frase escrita, a sedução quente em cada revelação dos sentidos. O conjunto ideal que elevou o desejo a tal ponto que, não resistindo mais, ficaram uma noite a sós até de madrugada, em perfeita harmonia de volúpia. As palavras escritas abriram espaço também para o som, e o calor das vozes cruzaram-se, incendiando ainda mais os corpos dos dois desconhecidos que se entendiam, se desejavam e se amavam através das palavras.



As mãos tocavam os próprios corpos, tocando-se um ao outro na sua imaginação. Os suspiros e gemidos entrelaçavam-se em sintonia, acelerando o ritmo das batidas dos corações. As humidades e durezas que tocavam não eram as suas, mas as do outro. As trocas. A volúpia. O desejo. A explosão final e o grito. A sensação de bem-estar do corpo e a necessidade de ter mais. Sempre mais.


A doçura da voz nas palavras ditas depois.

Outra noite. Mais outra. E o fogo abrasivo. A lava dentro dos corpos que apenas se tocavam pela imaginação. A vontade do toque real.

Um dia as palavras não chegaram mais.

- Quero ter-te agora. Não posso esperar mais.

- Vem.

E ele foi. Encontraram-se a poucos minutos do apartamento dela, num sítio mais isolado. Viram-se e não puderam conter a força do beijo, o calor dos lábios, a sofreguidão das línguas. O deslizar das mãos tacteando corpos.


Meteram-se nos carros e seguiram até à rua dela, estacionaram os carros e entraram no elevador, numa urgência de chegar ao 4º andar. O relógio marcava as 2:10 horas da madrugada. No tesão do beijo, ainda se iniciava o dia. Botão de Stop para dentro e ela ajoelhou-se à sua frente, desabotoou-lhe as calças e, agarrando no pénis já erecto com as mãos a tremer, meteu-no na boca, chupando-o com sofreguidão.


- Aiiii! Isso. A tua boca é ainda melhor do que eu imaginava.

E os lábios insistiam sobre a masculinidade, a língua chicoteava a glande. Levantou-se rapidamente, carregou de novo no botão e beijou-o, os lábios abertos, a língua irrequieta.


Entraram em casa e, mal ela acendeu a luz, ele empurrou-a na direcção do sofá, inclinou-se sobre o encosto, subiu-lhe a saia, afastou o fio dental, colocou o preservativo que tirou apressadamente do bolso de trás das calças e penetrou-a devagar, saboreando o aconchego da carne húmida e quente da vulva em redor do seu pénis.


Mais uma estocada e sentiu-se profundamente dentro daquele corpo. Movimentou-se. Saiu, entrou. Mexeu-se. Enterrou de novo o pulsar do desejo. Ouviu-a gemer e sentiu o suor escorrer pelo peito e cair-lhe nas nádegas desnudas, pela saia enrolada na cintura.


- Nunca pensei que fosse assim… bom… ahhh… sim… mete… isso… - o sussurro feminino.

Suspiros. Gemidos. Orgasmos.

Mal haviam ainda começado.

Antes do sol nascer o último pedido…

- Dá-me aquilo que me davas lá…

- Queres?

- Muito, muito. Vê como fico logo duro só de pensar nisso.

- Então, vem.


E ofereceu-lhe o corpo mais uma vez. De uma forma que não oferecia muitas vezes. Mas a ele tudo lhe concedia na maré de luxúria, na vontade do desejo.

O sol já ia alto quando ele a deixou a dormir e saiu de casa para percorrer as dezenas de quilómetros que os separavam.

Um encontro que ultrapassou todas as expectativas. Seria de repetir? Quem sabe…

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial