terça-feira, 20 de maio de 2008

Internet...Sedução Virtual..

Falavamos há algum tempo num chat público e a corrente eléctrica que passava entre nós, parecia atravessar a linha invisível da internet, acendendo um rastilho de desejo que se revelava nas palavras trocadas. O convite velado em cada frase escrita, a sedução quente em cada revelação dos sentidos. O conjunto ideal que elevou o desejo a tal ponto que, não resistimos mais, ficamos uma noite a sós até de madrugada, em perfeita harmonia de volúpia. As palavras escritas abriram-nos espaço também para o som, e o calor das vozes cruzaram-se, incendiando ainda mais os nossos corpos, de dos dois desconhecidos que se entendiam, se desejavam e se amavam através das palavras.
As mãos tocavamos os nossos corpos, tocando-se um ao outro na nossa imaginação. Os suspiros e gemidos entrelaçavam-se em sintonia, acelerando o ritmo das batidas dos corações. As humidades e durezas que tocavam não eram as nossas, mas as do outro. As trocas. A volúpia. O desejo. A explosão final e o grito. A sensação de bem-estar do corpo e a necessidade de ter mais. Sempre mais.
A doçura da voz nas palavras ditas depois. Outra noite. Mais outra. E o fogo abrasivo. A lava dentro dos corpos que apenas se tocavam pela imaginação. A vontade do toque real. Um dia as palavras não chegaram mais.
- Quero ter-te agora. Não posso esperar mais.
- Vem.
E ele veio. Encontramos-nos a poucos minutos do meu apartamento, num sítio mais isolado. Vimos-nos e não puderam conter a força do beijo, o calor dos lábios, a sofreguidão das línguas. O deslizar das mãos tacteando corpos.
Metemos-nos nos carros e seguimos até à minha rua, estacionamos os carros e entramos no elevador, numa urgência de chegar ao 4º andar. O relógio marcava as 2:10 horas da madrugada. Na tesão do beijo, eu desabotoei-lhe as calças e, apalpei o teu pénis já erecto com as mãos a tremer.
Entramos em casa e, mal eu acendi a luz, ele empurrou-me na direcção do sofá, inclinou-se sobre o encosto, subiu-me a saia, afastou o fio dental, colocou o preservativo que tirou apressadamente do bolso de trás das calças e penetrou-a devagar, saboreando o aconchego da carne húmida e quente da vulva em redor do seu pénis.
Mais uma estocada e sentiu-se profundamente dentro daquele corpo. Movimentou-se. Saiu, entrou. Mexeu-se. Enterrou de novo o pulsar do desejo. Ouviu-me gemer e senti o suor escorrer pelo peito e cair-me nas nádegas desnudas, pela saia enrolada na cintura.
- Nunca pensei que fosse assim… bom… ahhh… sim… mete… isso… - o sussurro feminino.
Suspiros. Gemidos. Orgasmos. Mal haviam ainda começado.Antes do sol nascer um último pedido…
- Dá-me aquilo que me davas lá…
- Queres?
- Muito, muito. Vê como fico logo duro só de pensar nisso.
- Então, vem.
E ofereci-lhe o corpo mais uma vez. De uma forma que não oferecia muitas vezes. Mas a ele tudo lhe concedia na maré de luxúria, na vontade do desejo.
O sol já ia alto quando ele me deixou a dormir e saiu de casa para percorrer as dezenas de quilómetros que nos separavam.
Um encontro que ultrapassou todas as expectativas. Seria de repetir? Quem sabe…

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